domingo, 11 de abril de 2010

Gâmbia, Parte 1!

Visitar a Gâmbia para ficar sete dias à beira da piscina, de papo para o ar, a apanhar sol, não só é nocivo para a saúde física (e mental!), como é de uma imbecilidade completa! Obviamente que não é preciso passar os dias todos, das 9 às 19, às voltas pelas localidades locais, apenas para dizer que se foi lá. Como na maioria das coisas, no meio é que está a virtude e conseguir conciliar essas duas actividades não é, nem de perto nem de longe, impossível.
Como qualquer outro destino de férias, também na Gâmbia há muito para ver, provar, cheirar mas, sobretudo, sentir e recordar. Mais do que grandes paisagens (que também as há, naturalmente), o que salta mais à vista neste pequeno país (ou enclave, uma vez que se encontra rodeado pelo Senegal) são as suas gentes, os seus costumes, os seus sorrisos, a cor e vivacidade das suas localidades. Inicialmente pode fazer alguma confusão a forma um pouco arbitraria e, porque não, mesmo caótica como tudo se passa. Desde o transito, onde os sinais luminosos são objectos ainda pouco conhecidos (e respeitados, quando os há), passando pela forma relaxada – quiçá até um pouco demais – como fazem as coisas (está sempre tudo bem para eles, “no pasa nada”) e culminando nos locais que são, sem dúvida, a maior característica das cidades africanas: os seus mercados, fervilhantes de vida, cheiros, cor e gente. É natural que nestes locais, frequentados em grande parte por nativos, o turista menos precavido possa sentir algum receio, alguma claustrofobia. Natural, mas infundado, pois a Gâmbia é, sem sombra de dúvidas, um país seguríssimo, onde a hospitalidade e boa vontade das pessoas são, na maioria dos casos, genuínas.
Muito se fala e escreve sobre os tão famigerados “bumpsters” ou “beach boys” (em castelhano, a tradução para isto é, no mínimo, diferente: chulos de praia…). É óbvio que existem, estão mesmo por todo o lado, mas são inofensivos. O “movimento” é comum a todos: quando se passa por eles, somos saudados e vêm ter connosco. Um aperto de mão, “How are you”, “where are you from”, “what’s your name”, “For how long are you staying”, “it’s your first time in the Gambia” “Where are you staying”… Todas estas perguntas (e consequentes respostas) são feitas sem nos largarem a mão, o que pode assustar um pouco ao inicio. Podemos responder a todas as perguntas sem problemas, desde que não nos alonguemos muito nas respostas. E depois é só dizer que não, firme e cordialmente “No my friend, thank you. See you later, bye!”. Contudo, há até alturas em que os podemos “aproveitar”. É certo que, se formos a andar sozinhos, somos abordados por uma série deles portanto o melhor que há a fazer é dizer-mos ao primeiro o que andamos à procura, ele leva-nos até ao sítio e, por uma pequena “gorjeta” (30dal, cerca de 0,70€) eles reconhecem-nos na viagem de volta e já não chateiam mais. Chatos, sim sem dúvida. Perigosos, nada, não valem a pena uma pessoa preocupar-se com eles....

to be continue