Começou no passado dia 7, a 11ª Festa do Cinema Francês, no cinema São Jorge, em Lisboa.
Surpreendentemente, é um festival com uma adesão enorme, estando praticamente todas as sessões cheias ou, pelo menos, a 75%, o que para os dias que correm é notável.
De um conjunto de mais de 30 filmes, foram escolhidos 7 que, por uma razão ou outra, nos pareceram melhores. Os eleitos foram Joueuse (com Kevin Kline), Le Concert, L'Arnacoeur (com Roman Duris), Le Refuge (de François Ozon), A nos Amours, La Ceremonie (com Isabelle Huppert) e L'Origine (com Gerard Depardieu).
Joueuse, é uma obra de 2009, que retrata o dia-a-dia de uma mulher numa pequena aldeia francesa. Viva monótona, rotineira e triste que sofre uma mudança radical quando descobre o xadrez. É um filme interessante, com duas boas interpretações (de Kline e Sandrine Bonnaire) e que nos dá uma visão completamente diferente do xadrez...Apesar de ser um filme interessante, pode perfeitamente ser visto em casa, não justificando uma ida propositada ao cinema.
Le Concert, é também um filme de 2009, uma obra conjunta Francesa-Italiana-Romena-Belga. E é um filme extraordinário! Um daqueles filmes que, com um conjunto notável de actores, uma história simples, mas bem delineada e uma banda sonora poderosa nos agarrada do principio ao fim. A mistura cómico-dramática funciona muito bem, num filme onde Tchaikovsky é personagem principal. Em traços gerais, o filme retrata a tentativa de renascimento da antiga e mítica orquestra soviética Bolchoi, através dos seus antigos membros. Passados 30 anos após a sua dissolução, o antigo maestro tenta reunir os seus antigos colegas para uma última mas inesquecível apresentação em Paris. O filme tem excelentes momentos cómicos (mesmo para quem não aprecia muito o género, como é o meu caso), "salpicados" por momentos dramáticos de média intensidade. No conjunto, uma obra surpreendente e imperdivel.
(to be continue)
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Acordos e afins
" Em um funeral fatídico,(...)".
Um funeral fatídico? Que bela expressão dos nossos "irmãos", um pouco burros, do Brasil! E ainda foram fazer um novo acordo ortográfico que favorece este tipo de expressões! Parece-me lógico, no doubt...
Um funeral fatídico? Que bela expressão dos nossos "irmãos", um pouco burros, do Brasil! E ainda foram fazer um novo acordo ortográfico que favorece este tipo de expressões! Parece-me lógico, no doubt...
terça-feira, 11 de maio de 2010
Visita Papal
Bem, isto de meter o Papa a ser recebido por grupos de crianças a cantar é o mesmo que acenar com uma cenoura em frente a um burro (com as devidas diferenças entre ambos - o burro tem pelo e orelhas compridas)...
domingo, 11 de abril de 2010
Gâmbia, Parte 1!
Visitar a Gâmbia para ficar sete dias à beira da piscina, de papo para o ar, a apanhar sol, não só é nocivo para a saúde física (e mental!), como é de uma imbecilidade completa! Obviamente que não é preciso passar os dias todos, das 9 às 19, às voltas pelas localidades locais, apenas para dizer que se foi lá. Como na maioria das coisas, no meio é que está a virtude e conseguir conciliar essas duas actividades não é, nem de perto nem de longe, impossível.
Como qualquer outro destino de férias, também na Gâmbia há muito para ver, provar, cheirar mas, sobretudo, sentir e recordar. Mais do que grandes paisagens (que também as há, naturalmente), o que salta mais à vista neste pequeno país (ou enclave, uma vez que se encontra rodeado pelo Senegal) são as suas gentes, os seus costumes, os seus sorrisos, a cor e vivacidade das suas localidades. Inicialmente pode fazer alguma confusão a forma um pouco arbitraria e, porque não, mesmo caótica como tudo se passa. Desde o transito, onde os sinais luminosos são objectos ainda pouco conhecidos (e respeitados, quando os há), passando pela forma relaxada – quiçá até um pouco demais – como fazem as coisas (está sempre tudo bem para eles, “no pasa nada”) e culminando nos locais que são, sem dúvida, a maior característica das cidades africanas: os seus mercados, fervilhantes de vida, cheiros, cor e gente. É natural que nestes locais, frequentados em grande parte por nativos, o turista menos precavido possa sentir algum receio, alguma claustrofobia. Natural, mas infundado, pois a Gâmbia é, sem sombra de dúvidas, um país seguríssimo, onde a hospitalidade e boa vontade das pessoas são, na maioria dos casos, genuínas.
Muito se fala e escreve sobre os tão famigerados “bumpsters” ou “beach boys” (em castelhano, a tradução para isto é, no mínimo, diferente: chulos de praia…). É óbvio que existem, estão mesmo por todo o lado, mas são inofensivos. O “movimento” é comum a todos: quando se passa por eles, somos saudados e vêm ter connosco. Um aperto de mão, “How are you”, “where are you from”, “what’s your name”, “For how long are you staying”, “it’s your first time in the Gambia” “Where are you staying”… Todas estas perguntas (e consequentes respostas) são feitas sem nos largarem a mão, o que pode assustar um pouco ao inicio. Podemos responder a todas as perguntas sem problemas, desde que não nos alonguemos muito nas respostas. E depois é só dizer que não, firme e cordialmente “No my friend, thank you. See you later, bye!”. Contudo, há até alturas em que os podemos “aproveitar”. É certo que, se formos a andar sozinhos, somos abordados por uma série deles portanto o melhor que há a fazer é dizer-mos ao primeiro o que andamos à procura, ele leva-nos até ao sítio e, por uma pequena “gorjeta” (30dal, cerca de 0,70€) eles reconhecem-nos na viagem de volta e já não chateiam mais. Chatos, sim sem dúvida. Perigosos, nada, não valem a pena uma pessoa preocupar-se com eles....
to be continue
Como qualquer outro destino de férias, também na Gâmbia há muito para ver, provar, cheirar mas, sobretudo, sentir e recordar. Mais do que grandes paisagens (que também as há, naturalmente), o que salta mais à vista neste pequeno país (ou enclave, uma vez que se encontra rodeado pelo Senegal) são as suas gentes, os seus costumes, os seus sorrisos, a cor e vivacidade das suas localidades. Inicialmente pode fazer alguma confusão a forma um pouco arbitraria e, porque não, mesmo caótica como tudo se passa. Desde o transito, onde os sinais luminosos são objectos ainda pouco conhecidos (e respeitados, quando os há), passando pela forma relaxada – quiçá até um pouco demais – como fazem as coisas (está sempre tudo bem para eles, “no pasa nada”) e culminando nos locais que são, sem dúvida, a maior característica das cidades africanas: os seus mercados, fervilhantes de vida, cheiros, cor e gente. É natural que nestes locais, frequentados em grande parte por nativos, o turista menos precavido possa sentir algum receio, alguma claustrofobia. Natural, mas infundado, pois a Gâmbia é, sem sombra de dúvidas, um país seguríssimo, onde a hospitalidade e boa vontade das pessoas são, na maioria dos casos, genuínas.
Muito se fala e escreve sobre os tão famigerados “bumpsters” ou “beach boys” (em castelhano, a tradução para isto é, no mínimo, diferente: chulos de praia…). É óbvio que existem, estão mesmo por todo o lado, mas são inofensivos. O “movimento” é comum a todos: quando se passa por eles, somos saudados e vêm ter connosco. Um aperto de mão, “How are you”, “where are you from”, “what’s your name”, “For how long are you staying”, “it’s your first time in the Gambia” “Where are you staying”… Todas estas perguntas (e consequentes respostas) são feitas sem nos largarem a mão, o que pode assustar um pouco ao inicio. Podemos responder a todas as perguntas sem problemas, desde que não nos alonguemos muito nas respostas. E depois é só dizer que não, firme e cordialmente “No my friend, thank you. See you later, bye!”. Contudo, há até alturas em que os podemos “aproveitar”. É certo que, se formos a andar sozinhos, somos abordados por uma série deles portanto o melhor que há a fazer é dizer-mos ao primeiro o que andamos à procura, ele leva-nos até ao sítio e, por uma pequena “gorjeta” (30dal, cerca de 0,70€) eles reconhecem-nos na viagem de volta e já não chateiam mais. Chatos, sim sem dúvida. Perigosos, nada, não valem a pena uma pessoa preocupar-se com eles....
to be continue
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Algumas ideias de leitura para retrete...
Título - Calígula
Autor - Allan Massie
Editora - Ulisseia
Dimensão - 235 páginas
Classificação - Razoável
Esta obra de Massie, aparentemente um conhecido autor de romances do género (eu só li este), peca, em grande parte, por aprofundar pouco os devaneios deste conhecido Imperador Romano. Ora, quem gosta de ler sobre esta época histórica gosta, não só de conhecer os pormenores da sociedade, das instituições, das tácticas militares mas, e talvez em grande parte, ficar a conhecer um pouco do deboche que era tão característico deste período. E aqui Massie falha pois, no meu entender, aprofunda demasiado os antecedentes de Calígula, com o seu pai Germânico a assumir grande preponderancia na primeira meia centena de páginas. A partir dai temos uma sucessão de acontecimentos, muito desligados entre si e sem grande conteúdo, não permitindo portanto ficar a conhecer mais do que já sabiamos de antemão sobre este curioso Imperador. Podia ser muito melhor mas, apesar de tudo, não é uma escrita maçuda e aborrecida, pelo que dá para ler sem pensar muito no assunto.
Título - Os Funerais da Mamã Grande
Autor - Gabriel Garcia Márquez
Editora - Europa-América
Dimensão - 170 páginas
Classificação - Bom
Esta obra de GGM destaca-se das demais por ser um dos poucos (quiça talvez mesmo o único) livro de contos do brilhante autor colombiano. Autor de obras notáveis como "Cem Anos de Solidão" ou "Amor em Tempos de Colera", este livro não está, obviamente, à altura dos mencionados. Se em termos de qualidade de escrita, não engana: é Garcia Marquez. em termos de história (e talvez o facto de serem histórias muito curtas tenha ajudado) não consegue agarrar totalmente o leitor. Se há contos muito interessantes ("A Sesta de Sexta-Feira", "A prodigiosa tarde de Baltasar"), capazes de, sem muito esforço (tendo a capacidade de GGM), se transformarem em livros "normais", há outros ("Um dia depois do Sábado", "As rosas artificiais") que não conseguem cativar minimamente, tornando-se, por vezes, até aborrecidos.
Contudo, por ser uma obra de GGM é obviamente recomendado a sua leitura.
Autor - Allan Massie
Editora - Ulisseia
Dimensão - 235 páginas
Classificação - Razoável
Esta obra de Massie, aparentemente um conhecido autor de romances do género (eu só li este), peca, em grande parte, por aprofundar pouco os devaneios deste conhecido Imperador Romano. Ora, quem gosta de ler sobre esta época histórica gosta, não só de conhecer os pormenores da sociedade, das instituições, das tácticas militares mas, e talvez em grande parte, ficar a conhecer um pouco do deboche que era tão característico deste período. E aqui Massie falha pois, no meu entender, aprofunda demasiado os antecedentes de Calígula, com o seu pai Germânico a assumir grande preponderancia na primeira meia centena de páginas. A partir dai temos uma sucessão de acontecimentos, muito desligados entre si e sem grande conteúdo, não permitindo portanto ficar a conhecer mais do que já sabiamos de antemão sobre este curioso Imperador. Podia ser muito melhor mas, apesar de tudo, não é uma escrita maçuda e aborrecida, pelo que dá para ler sem pensar muito no assunto.
Título - Os Funerais da Mamã Grande
Autor - Gabriel Garcia Márquez
Editora - Europa-América
Dimensão - 170 páginas
Classificação - Bom
Esta obra de GGM destaca-se das demais por ser um dos poucos (quiça talvez mesmo o único) livro de contos do brilhante autor colombiano. Autor de obras notáveis como "Cem Anos de Solidão" ou "Amor em Tempos de Colera", este livro não está, obviamente, à altura dos mencionados. Se em termos de qualidade de escrita, não engana: é Garcia Marquez. em termos de história (e talvez o facto de serem histórias muito curtas tenha ajudado) não consegue agarrar totalmente o leitor. Se há contos muito interessantes ("A Sesta de Sexta-Feira", "A prodigiosa tarde de Baltasar"), capazes de, sem muito esforço (tendo a capacidade de GGM), se transformarem em livros "normais", há outros ("Um dia depois do Sábado", "As rosas artificiais") que não conseguem cativar minimamente, tornando-se, por vezes, até aborrecidos.
Contudo, por ser uma obra de GGM é obviamente recomendado a sua leitura.
terça-feira, 29 de setembro de 2009
Denny Crane!
Fica aqui apenas um cheirinho de uma das melhores séries dramático-cómicas dos últimos anos. Boston Legal, tendo como personagem principal (uma das) Denny Crane, interpretado pelo inigualável William Shatner. Aqui ficam alguns exemplo da sua..."sensibilidade"!
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Em Roma sê Romano. Em Barrancos sê Bezano!
É verdade, 2009 marcou a minha estreia na Fêra de Barrancos. Não sendo um aficionado, gosto de uma boa tourada e quis ir comprovar isso mesmo in loco. E o que dizer? Primeiro que, se não se perceber um nicho de touradas, uma pessoa vai sentir que aterrou ali de para-quedas. Eu aterrei. Depois, se as minis e os banhos de mangueira não fizerem parte do vocabulário e costumes, rapidamente irão fazer, pois ali, água, só no Alqueva! Forcados, cavaleiros, bandarilheiros e outros "personagens" da festa andam por ali aos repelões, perdidos de bebados, de sono e sem qualquer ponta de "cabeça"!
O lado negativo da festa é esse mesmo, não conseguir circular por uma ruela qualquer sem tropeçar num copo vazio de plastico ou numa mini perdida algures, isto quando não se tropeça nos próprios bebados, que estão por todo o lado, tornando a experiência "barranqueña" numa tentativa desesperada de fugir à cirrose!
Por outro lado, se formos a Barrancos apenas com a intenção de assistir a uma tourada/largada de touros e, no espaço que medeia as duas, se apreveitar para conhecer a região, então a "Fêra" de Barrancos é uma experiência única!
O dia começa com o encierro, ou seja, com a largada do touro por uma rua com um grau de inclinação bastante acentuado, até à arena, onde depois é laçado e colocado no curo. É interessante verificar que, após o lançamento do foguete que anuncia a "libertação" do touro rua acima, até o mais bebado dos bebados arranja forças para se pirar dali para fora o mais depressa possível! Isto acontece pelas 8 da manha. Até às 18, nada mais acontece, pelo menos relacionado com touros!
Aqueles que passaram a noite nos copos, vão para casa dormir. Os que passaram a noite nos copos, e que já dormiam à altura do encierro, continuaram a dormir. Os que foram dormir a horas minimamente decentes, vão para casa dormir, porque foram acordados pelos bebados várias vezes durante a noite. Os restantes, vão passear...
Às 18 começa a corrida, normalmente precedida de um enorme e caracteristico atraso à portuguesa (apesar de Barrancos ter adoptado muito da cultura espanhola, o mau da cultura portuguesa está lá todo!). Quem tem lugar nas bancadas, vai para os seus lugares. Quem não tem, fica lá fora, onde não ve um rabo de touro ou então fica no chão, dentro da arena, ao nível do touro. Esta última opção é, sem dúvida, a melhor opção para se sentir o fervilhar da festa brava! Ver a besta de 400 e tal quilos a menos de 2m de distancia é excitante, pois nunca sabemos quando é que o bicho se vai virar contra os gajos que estão à volta dele. O truque passa por nos mantermos sentados até à última hora, trepando às bancadas apenas quando o touro está mesmo embicado contra nós. E depois é trepar o mais alto possível, deixando o minimo de roupa ao nível da cabeça do touro! Ai sim, dá para sentir a verdadeira essência da Festa Brava!
E depois, mais minis e banhos de mangueira!
O lado negativo da festa é esse mesmo, não conseguir circular por uma ruela qualquer sem tropeçar num copo vazio de plastico ou numa mini perdida algures, isto quando não se tropeça nos próprios bebados, que estão por todo o lado, tornando a experiência "barranqueña" numa tentativa desesperada de fugir à cirrose!
Por outro lado, se formos a Barrancos apenas com a intenção de assistir a uma tourada/largada de touros e, no espaço que medeia as duas, se apreveitar para conhecer a região, então a "Fêra" de Barrancos é uma experiência única!
O dia começa com o encierro, ou seja, com a largada do touro por uma rua com um grau de inclinação bastante acentuado, até à arena, onde depois é laçado e colocado no curo. É interessante verificar que, após o lançamento do foguete que anuncia a "libertação" do touro rua acima, até o mais bebado dos bebados arranja forças para se pirar dali para fora o mais depressa possível! Isto acontece pelas 8 da manha. Até às 18, nada mais acontece, pelo menos relacionado com touros!
Aqueles que passaram a noite nos copos, vão para casa dormir. Os que passaram a noite nos copos, e que já dormiam à altura do encierro, continuaram a dormir. Os que foram dormir a horas minimamente decentes, vão para casa dormir, porque foram acordados pelos bebados várias vezes durante a noite. Os restantes, vão passear...
Às 18 começa a corrida, normalmente precedida de um enorme e caracteristico atraso à portuguesa (apesar de Barrancos ter adoptado muito da cultura espanhola, o mau da cultura portuguesa está lá todo!). Quem tem lugar nas bancadas, vai para os seus lugares. Quem não tem, fica lá fora, onde não ve um rabo de touro ou então fica no chão, dentro da arena, ao nível do touro. Esta última opção é, sem dúvida, a melhor opção para se sentir o fervilhar da festa brava! Ver a besta de 400 e tal quilos a menos de 2m de distancia é excitante, pois nunca sabemos quando é que o bicho se vai virar contra os gajos que estão à volta dele. O truque passa por nos mantermos sentados até à última hora, trepando às bancadas apenas quando o touro está mesmo embicado contra nós. E depois é trepar o mais alto possível, deixando o minimo de roupa ao nível da cabeça do touro! Ai sim, dá para sentir a verdadeira essência da Festa Brava!
E depois, mais minis e banhos de mangueira!
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